Fofos pestinhas
Quando saí de lá, cheguei à conclusão de que eu quero no máximo um filho. No máximo um, não. Um eu quero. Ok, dois, se eles tiverem uma diferença grande de idade. Crianças são fofas, falam coisas bonitinhas, são carinhosas, emocionam, mas dão um trabalho danado. Definitivamente, eu não sei lidar com elas. Muito bem, posso aprender. Mas saber lidar não significa acabar com o problema.
Eu e o Alexandre convivemos uma hora e meia com um grupo de 12 crianças da quarta série. E nesse tempo, apesar de eu já saber o nome de todos eles e já ter vontade de esmagar alguns de fofos que eles eram, eu fiquei ilhada no pequeno mundinho da cadeira onde eu estava sentada, já que os pequenos praticamente grudaram em mim loucos pra chamar a atenção dos “sores”. Quando saímos de lá, com dor de cabeça e aliviados, tudo que conseguíamos fazer era deitar. Deitar e ficar parados por um bom tempo. Atirados, os dois.
No colégio, todos falando ao mesmo tempo, a gente querendo ouvir cada um, mas não conseguindo entender nenhum. Não adianta pedir pra falarem um de cada vez. Não dura dez segundos o silêncio estabelecido na marra. Não é por mal, eles querem falar, querem ser lembrados, querem ser simpáticos. E são, de fato, simpáticos. E, com certeza, não vou esquecer deles. Também por causa disso. Mas em parte também porque, quando a bagunça se instalava, uma menina vinha conversar comigo e me abraçava, outra contava um segredo, outro chegava perto pra contar a melhor história e divertir mais com seus olhinhos brilhantes e seu jeito moleque. Definitivamente, uns amores. Mas uns pestinhas.
Bá, nem me fala.
Mas tem um jeito de manter eles longe…mostrar a câmera fotográfica e jogar ela pro outro lado, aí eles vão correndo atrás.
eu sempre achava que queria ter uma penca deles. Até começar a trabalhar de babá. Agora eu me contento com o papel de tia.